2 de setembro de 2010

Não quero, não quero, não quero

Seu filho é daqueles que separam tudo o que é verde no cantinho do prato, de ervilhas à cheiro verde? Ou ele oferece tudo ao cachorro escondido em baixo da mesa? Esta situação - engraçada na opinião de alguns e trágica na opinião das mães - é muito comum. Apesar da preocupação quanto ao consumo de nutrientes indispensáveis ao pleno crescimento da criança, a recusa de alguns alimentos é normal, fazendo parte do desenvolvimento cognitivo infantil. Nós seres humanos somos programados genéticamente para rejeitar alimentos mais amargos. Isto porque na natureza a maioria dos venenos tem este sabor. Porém, infelizmente, alguns vegetais muito saudáveis compartilham esta característica, fazendo com que as crianças torçam o nariz para aqueles com o sabor mais pronunciado. Neste caso o que conta é a persistência dos pais já que podem ser necessárias 20 tentativas em situações diferentes para que a criança queira ao menos provar o verdinho novo. O importante então é que a salada seja sempre muito variada e colorida. E que os alimentos à mesa sempre sejam colocados no prato de todos. Mesmo que a criança rejeite, da próxima vez que o alimento estiver presente no cardápio ofereça novamente - indefinidamente!
E aquela criança que aceita tudo na casa do vizinho e na sua casa não aceita nada? Dois problemas podem estar acontecendo: o primeiro é aquela manha básica que toda mãe conhece e o segundo pode ser o tipo de preparação do alimento. Se o seu filho come com todo mundo menos quando você está por perto talvez seja importante adotar algumas estratégias como passar mais tempo com ele, brincar e conversar bastante para que na hora da refeição ele não esteja carente. O segundo caso, envolvendo o tipo de preparação, é motivo de recusa inclusive entre adultos. Existem pessoas que gostam de cenoura ralada mas não gostam de cozida. Tem pessoas que gostam de cenoura cozida mas nunca muito cozida e mole... Ou seja, teste novas texturas e continue oferecendo uma alimentação muito colorida. O importante é que se vá progredindo gradualmente. Aos três anos as crianças devem ser capazes de consumir a alimentação oferecida ao restante da família.
Exitem também os casos em que uma criança nunca aceita um determinado tipo de alimento mas aceita os demais. Se o seu filho come todos os vegetais menos o jiló não se preocupe, os demais ailmentos oferecerão os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. Você também não gosta de tudo, certo? Perceber quando ceder é importante para não arruinar todo o relacionamento com a criança durante a refeição. Obviamente, o acompanhamento nutricional da criança é muito importante. Checar periodicamente com o nutricionista como anda o crescimento da mesma é fundamental. Crianças que não ganham peso e não crescem podem estar com problemas digestivos ou outras doenças que devem ser investigadas pelo pediatra.

Algumas dicas:

- Varie o cardápio. Dietas monótonas são menos aceitas;
- Não substitua alimentos saudáveis por outros não saudáveis. Crianças são espertas e percebem o tipo de adultos em volta. Se os cuidadores oferecem outro alimento (leite, iogurte, biscoito...) mesmo sem a criança ter almoçado, a mesma passará a adotar tal comportamento;
- Comam juntos. A hora da alimentação é importante e todos deve ir à mesa juntos criando maior intereção familiar e um momento de aprendizado (inclusive alimentar) para a criança;
- Planeje os lanches. Não permita que seu filho belisque o dia todo. Se fizer isso não terá a menor fome no jantar. Além disso, se a criança aprender a consumir alimentos muito doces ou salgados nos intervalos passará a achar todos os vegetais e frutas, que aceitava tão bem quando ainda bebê, muito sem graça;
- Não surte. Se você der muita atenção ao comportamento alimentar da criança, brigando, deixando de castigo, chantegeando ou gritando a mesma te dará cada vez mais trabalho para se alimentar. As crianças aprendem o que fazer para chamar a atenção, muito antes de aprenderem a falar ou andar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário